Julho de 2009

 

A Dádiva da DreamWalking
 

por Geoffrey Hoppe

Eu canalizei os três dias inteiros da escola DreamWalker Death no mínimo meia dúzia de vezes.  Linda e eu conduzimos o training dos professores da DreamWalker Death no mínimo por muitas e muitas vezes. Eu confiava que conhecia bem o material – sem sexo ou carne durante a caminhada DreamWalk; passar uma hora a cada dia com seu cliente; tirar todas as jóias; sempre ter o seu objeto de reconexão perto à mão; não fazer ao caminhada DreamWalk de um suicida, alcoólatra ou viciado em drogas. Eu conheço a seqüência da caminhada da DreamWalk de Saint-Germain de frente para trás e de trás para frente. 

Ou assim eu pensava. 

Meu irmão mais velho Chris foi diagnosticado com câncer de pele cerca de dois anos atrás. Chris passou por mais de doze cirurgias. Depois de um ano batalhando, os testes mostraram que ele estava relativamente livre do câncer. E depois ele reapareceu de novo no inicio deste ano. Mais cirurgias e quimioterapias. Mais hospitais e drogas. Não só ele estava lutando contra o câncer, mas ele estava também preso na enlouquecedora burocracia do sistema médico.   

Na ultima semana eu comecei a fazer a DreamWalk pré-morte com Chris. O hospital o liberou para assistência domiciliar, o que significa que era apenas uma questão de tempo antes que ele deixasse seu corpo físico.  Chris tinha só 56 anos, então isso tudo foi um tanto desafiador para sua esposa, suas duas filhas e seus seis irmãos e irmãs, eu incluído.

As primeiras três noites da pré-DreamWalk foram relativamente tranqüilas. Eu me conectei com Chris, mas como Saint-Germain nos ensinou, eu não falei muito. O importante é só estar lá. Pareceu que Chris sentiu minha presença, mas em seu estado de sonho alterado e medicado ele realmente não compreendeu porque eu estava lá. Eu o deixei saber que eu estava disponível para ele e voltaria todo dia. 

No quarto dia a conexão entre Chris e eu finalmente se solidificou. Eu estava deitado na cama tarde naquela noite, estando lá nas outras esferas apenas por ele.  Ele conscientemente me reconheceu. Ele falou e falou e falou pela hora seguinte. Explicou como era lindo “lá fora” e como ele não queria voltar para seu corpo físico. Ele falou sobre o sentimento de liberdade e criatividade. A coisa que me impressionou mais foi o seu relato repetido, “Este não sou eu!” enquanto ele olhava para trás em sua vida e corpo físico. O que ele queria dizer era que seu “espírito” é o Eu real. Ele estava surpreso com o quanto havia se envolvido nos jogos de sua própria vida como Chris, e como eles eram uma parte tão pequena de seu eu “real”. 

As quatro noites seguintes com Chris foram notáveis. Ele não tinha remorso ou arrependimentos sobre sua vida. Ele não estava perdido. Não estava triste, e não estava implorando para voltar. Ele na verdade estava saindo-se melhor do que tinha em anos. Isso mudou a minha perspectiva total sobre o processo da morte. 

Às 2:30 da tarde de ontem eu recebi um telefonema de uma de minhas irmãs. Chris faleceu uns minutos antes. Embora soubesse que isso era iminente, e sem levar em consideração a felicidade que senti durante as conexões pré-DreamWalk com Chris, as lagrimas transbordaram.  Eu nunca veria meu irmão novamente. E quanto suas duas lindas filhas? Minha própria mortalidade me atingiu na face agora que meu irmão mais velho tinha partido. 

Depois de me ajustar a noticia de sua passagem eu comecei a seqüência normal da caminhada Dream Walking.  Saíram de cena as jóias (relógios e anéis) e entraram os legumes e frutas. De acordo com Saint-Germain, não deveríamos comer nada que “ande, voe, se rasteje ou nade” enquanto estivermos fazendo uma caminhada DreamWalk. Eu me deitei e comecei a reconexão com Chris. Levou um pouco para sentir a conexão porque ele estava em um lugar diferente agora. Na verdade ele tinha feito a passagem.

Novamente, não houve medo e nem tristeza. Ele estava livre. Depois de exatamente alguns minutos ele sentiu a minha presença.  Foi uma linda reunião! De irmão para irmão, de alma a alma. Chris começou a me contar sobre sua transição, e eu me encontrei rindo às vezes. De uma maneira animada ele me contou o quanto foi fácil, como foi uma explosão de alegria quando ele foi liberto de seu corpo, e como ele se sentia mais vivo agora do que quando estava vivo! Eu ri porque era como se ele estivesse tentando me convencer a me juntar a ele. 

Durante nossa sessão ele vinha e sumia de repente inúmeras vezes. Ele explicou que estava examinando sua família e amigos, muitos que estavam agora justamente ouvindo a noticia de sua morte. Pelo que Saint-Germain ensinou, eu aprendi a simplesmente manter minha presença “no caminho”, não correr para lá e para cá com meu irmão. A cada vez ele retornava a mim e falava entusiasticamente de sua nova realidade.

No final da sessão ele me fez prometer transmitir uma mensagem a sua família. A mensagem era simples: Ele esta bem, não há necessidade de ninguém se preocupar. Eu tentei me lembrar se Saint-Germain aprova passar mensagens aos membros da família, mas eu fiz a promessa a Chris.  Eu irei checar no manual DreamWalker de SG (Saint-Germain) mais tarde para ver se eu estou na área de infração. 

Ontem à noite eu enviei um e-mail aos meus irmãos e irmãs com a mensagem dele. Nesta manhã não havia nem uma única resposta de nenhum deles.  Meu Deus, eles se espantam comigo pelos dez anos passados e agora provavelmente estão fazendo algum tipo de conferencia familiar para discutir a minha “condição”.  

Apenas alguns minutos atrás eu recebi uma mensagem muito tocante de outro irmão que vive no Texas. Ele compartilhou comigo como ele sentia a presença de Chris por perto nestes últimos dias. E uma de minhas três irmãs justamente me respondeu para dizer que tem falado com Chris de sua própria maneira. Incrível.

Eu estou profundamente agradecido por ter aprendido como ser um DreamWalker. É uma dádiva para mim ser capaz de ir alem do luto e sofrimento quando se perde um ente querido. Me ajudou a superar alguns de meus próprios medos sobre a morte. E me trouxe uma compreensão nova e muito pessoal dos caminhos do Espírito. A Morte – um dos grandes mistérios da vida – hoje não é mais um mistério para mim. 

Tradução: Silvia Tognato Magini silvia.tm@uol.com.br

 

http://www.novasenergias.net/circulocarmesim/shaunews.htm

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