BUSCA ESPIRITUAL 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

    Pelo Eu Humano

 

Por acaso eu vi o artigo na Shaumbra Magazine, do mês passado, intitulado "Ficando na Cola Espiritual" – aquele que o meu Ser Mestre escreveu. Parto do princípio de que era de mim, o ser humano, de quem o Mestre estava falando. Pedi à editora para colocar a minha versão da história neste mês, na imparcialidade da igualdade de tempo.

 

Sabe como é tentar acompanhar o Mestre nesta viagem espiritual? O Mestre reivindica que eu estou na cola dele, mas o fato é que ele dirige pela minha vida como um completo louco.  É necessário de toda a minha concentração apenas para mantê-lo sob a minha vista enquanto nós descemos correndo pelas ultrajantes e angustiantes estradas e atalhos da vida. Às vezes acho que ele está realmente tentando se livrar de mim! Eu posso ver seu rosto no espelho retrovisor, rindo para si mesmo enquanto eu quase perco uma curva bem fechada ou quando tenho que pisar nos freios, quando ele dá uma parada súbita, apenas para deixar uma galinha atravessar a estrada.

 

Quando eu comecei a despertar há muitos anos, o Mestre disse: "Venha comigo".  Eu tomei sua palavra literalmente. Ele estava sentado no banco do motorista de um carro esportivo, conversível, vermelho, caro e o seu motor ronronava como um leão pronto para saltar. Enquanto eu dei a volta ao redor para entrar no lado do passageiro, ele indicou uma mini-van Volkswagen 1960, atrás de mim, velha e coberta com flores psicodélicas e slogans de paz, amor e alegria pintados nas laterais e disse: "Esse é o seu... é muito mais seu estilo".  Em seguida, ele pisou fundo no acelerador de seu carro esporte e me deixou em uma nuvem de poeira. Estou tentando acompanhá-lo desde então.

 

Apenas entre mim e você, o Mestre não é o que eu pensei que fosse. Lembro-me de meu primeiro encontro com ele, como se fosse ontem. Eu tinha acabado de voltar de um retiro de uma semana no ashram do meu guru, no México, com 500 pessoas, onde dormimos em esteiras de palha em um antigo celeiro de ovelhas. Nossa dieta consistia de algas orgânicas e água abençoada pelo guru, para nossos corpos. Quase todo mundo teve diarréia, mas o guru nos disse que era parte do processo de limpeza. Nós cantamos e oramos 8 horas por dia e tínhamos mais 4 horas de trabalho duro, ajudando a construir a nova mansão do guru. Eu comprei um pequeno pedaço de tecido por US$ 500, o qual o guru realmente usou uma noite, durante a sessão de olhar fixamente para o outro. Eu tenho que admitir que estava tão escuro que eu não tinha certeza se o guru estava realmente olhando nos meus olhos ou estava dormindo, mas acho que ele estava olhando. Eu acho que eu senti algo.

 

Assim que retornei para casa do ashram e me recuperado da desidratação, coloquei o pedaço de tecido do guru no meu altar, junto à Flauta Mágica do Shaman (Shaman`s Magic® Flute) e uma vasilha de cristal para tonificação, que eu comprei em Sedona há vários anos. Acendi todas as minhas velas do Poder de Luz dos Arcanjos (Light Power of the Archangels®) e alguns incensos do Hawaiian Kahuna Breath®  e comecei o meu noturno ritual cantante de 90 minutos. E então aconteceu.

 

Eu ouvi risadas de algum lugar atrás de mim. Era um riso alegre e divertido, como você ouviria de alguém que acabou de ouvir uma grande piada. Era uma gargalhada natural, como a do Papai Noel, depois de alguns goles de conhaque. Não era um "hoho-ho", mas sim um "ha-ha-ha-ha-ha".  Ninguém mais estava na minha Sala Sagrada Energizadora, então eu só podia supor que eu estava tendo uma experiência espiritual real. Imediatamente agarrei a minha Varinha de Cura Egípcia (Egyptian Healing Wand®) e bati na minha testa nove vezes, conforme as instruções. "Yaw-wahzee-doo", eu cantava com cada toque na minha cabeça. Eu aprendi este canto sagrado em uma cerimônia na cabana do suador, no Peru, há vários anos, quando o nosso grupo estava em uma excursão de abertura de portal.

 

"EU SOU O SEU SER MESTRE, A ILUMINAÇÃO ENCARNADA DE VOCÊ. EU NÃO VENHO DO FUTURO E NÃO SOU UM ANJO.  EU SEMPRE ESTIVE AQUI, APENAS ESPERANDO PACIENTEMENTE  PARA VOCÊ ME PERCEBER.”

 

O riso persistiu, quase abafando o meu "Yah-wah-zee-doos".  Agora parecia que alguém estava rindo tanto que lágrimas escorriam pelo seu rosto, o tipo de riso histérico onde não se consegue parar. Eu estava, na verdade, ficando um pouco irritado; eu não sentia que este era uma conduta apropriada na minha sala dos Santos Sagrados, entre os Óleos de Ativação das Plêiades (Pleiadian Activation Oils®) e das gravações de áudio das Canções Suaves da Lemúria (Sweet Songs of Lemuria®). Mas o riso continuou.

 

"Quem vem agora ao meu Templo do Amor Universal?", eu perguntei, minha voz subiu mais algumas oitavas além do normal devido ao nervosismo. Eu não tinha usado a minha Névoa de Proteção da Matéria Escura (Dark Matter Protecção Mist®) na sala desde que voltei do ashram, então eu não tinha certeza se uma entidade negativa havia penetrado no campo de força.

 

"Sou eu, o seu Ser Mestre", foi a resposta, entre gargalhadas.

 

"Em nome do Espírito Antigo do Pai/Mãe, do que Tu estas rindo?" Eu perguntei um pouco nervoso.

 

"Você! Ah, nós. Bem..., na verdade você".

 

Houve uma longa pausa antes de eu perguntar: "Eu agrado aos deuses com os meus ritos sagrados?"

 

"Não, mas você me mata de rir com o seu makyo!"

 

 Makyo? Eu nunca tinha ouvido o termo antes. Deve ser uma palavra sânscrita para a reverência e piedade.

 

"Escute garoto", disse o mestre, "você não vai receber nenhum ponto de ascensão para as suas atividades sacrossantas. Você entendeu bem a idéia, mas está indo na direção errada. É como tentar cantar, mas usando o seu traseiro para soprar o ar quente..."

 

"Desculpe-me!" Engoli em seco. Mas quase como se eu tivesse pego a deixa, eu soltei um pum. Tenho certeza de que foi apenas uma coincidência, por causa do meu recente ataque com a vingança de Montezuma. O riso do Mestre encheu as Quatro Direções da minha sala sagrada, assim como um odor bastante desagradável.

 

"Vamos direto ao assunto, Gafanhoto. Você quer o seu divino anjo dourado ao seu lado, certo?"

 

"Sim, mais do que qualquer outra coisa", respondi quase em lágrimas.

 

"Bem, eu estou aqui", disse o mestre com uma imitação da voz do Jack Nicholson. A voz ficou um pouco mais compassiva agora. "Eu sou o seu Ser-Mestre, sua iluminação encorporada. Eu não venho do futuro e eu não sou um anjo. Eu sempre estive aqui, apenas esperando pacientemente para você me perceber".

 

"Por que você vem agora, Mestre?" Perguntei. "Eu consegui a minha Ordem da Semente da Estrela Benevolente (Order of the Benevolent Starseed®) Nível 14º Grau?"

 

"Sim, certo", disse o Mestre com um tom de sarcasmo, que me iludiu no momento. "Na verdade, o meu corpo de luz dói muito de tanto rir, que eu não agüento mais. Você está me matando, garoto. Quero entrar aí e desfrutar a vida com você, mas entre você tentando tão duramente e eu rindo tanto, nós apenas não estamos fazendo a coisa da integração como nós concordamos de fazer. Você está tão preocupado, perseguindo arco-íris e unicórnios que você esqueceu o que nós concordamos em nesta vida: Relaxar na iluminação incorporada".

 

"Bem, eu certamente tenho tentado!" Eu exclamei, indignado. "Você sabe quanto dinheiro eu gastei em cada uma destas aulas e excursões sagradas?!"

 

"Tudo bem, tudo bem. Poderíamos ter comprado um iate e navegado ao redor do mundo com tudo o que você gastou e nos divertido muito mais do que comer algas em um ashram falso. Eu quero viver, garoto, e não sofrer. Nós tivemos sofrimento suficiente em vidas passadas. Agora é hora do rock 'n roll. Ei, que tal irmos jogar boliche amanhã à tarde? Algumas cervejas, alguns charutos? Você pode até mesmo convidar alguns de seus amigos. (Pausa) Ah, isso mesmo, você não tem nenhum amigo. (Risos) Bem, eu vou levar alguns dos Mestres Ascensos".

 

"Você conhece os Mestres Ascensos?" Eu perguntei com os olhos arregalados.

 

 

"EU SOU um Mestre Ascensos, Battan-san."

 

Eu estava totalmente confuso. Estou ouvindo O Mestre Risonho, que afirma ser eu e também afirma ser um Mestre Ascenso. Ele quer ir jogar boliche. Entre não ter dinheiro para pagar o aluguel, porque eu tinha que ir ao ashram do guru, recuperando-me do Thunder Down Under  (N.T.: É um show para mulheres onde os homens em trajes sumários dançam no palco) e agora falando com um Mestre risonho e irreverente, eu cai no choro como um bebê. Soube mais tarde que isto é exatamente o que o Mestre queria. Era hora para eu liberar e permitir.

 

Cerca de uma hora depois eu dei por mim imerso na minha banheira, sem a mínima ideia de como cheguei lá. Eu vi uma toalha branca e limpa e um roupão no banquinho perto da banheira e uma nota escrita à mão em cima da toalha. Eu a peguei e ela dizia: "Encontre-me no Big K’s Bowling Emporium amanhã às 18h. Não se atrase. TSPB (traga suas próprias bolas) – O Mestre".

 

"Eu não tenho nenhum bola", pensei. EI, ESPERE! Ele queria que eu dissesse isso para mim mesmo! Maldito seja!

 

Foi quando eu realmente o conheci. O mestre. O melhor amigo que eu já tive e o Ser mais irritante que eu já tinha conhecido. Ele me empurrou para os meus (nossos) limites. Fora da minha zona de conforto. Além do que eu pensava ser possível. Ele, sozinho, me forçou para a própria vida, e eu estava chutando e gritando na maior parte do caminho. Ele me fez respirar de uma forma que eu nunca tinha feito antes. Ele me fazia rir mesmo quando eu não queria rir. 

 

 

Ele me fez comer em bons restaurantes, ficar em bons hotéis e até mesmo viajar na primeira classe das companhias aéreas. Ele me fez cantar, dançar e ouvir músicas lindas. Eu provavelmente não deveria mesmo dizer isso em uma revista de família, mas ele até me fez tocar meu corpo.

 

O Mestre me fez falar com estranhos na rua, sorrir para os corredores quando eu saía para longas caminhadas; pagar um café para a senhora atrás de mim na fila, no Starbucks e dar o fora antes que ela percebesse; acenar pela janela do meu carro quando eu passava por outro carro na minha rua..., bem, ele me fez estar na vida.

 

De qualquer forma, eu o encontrei no Big K Bowling Emporium no dia seguinte. Ele realmente parecia um personagem do filme O Grande Lebowski. Ele estava vestido com uma camisa de poliéster do time de boliche.  Nas costas estava bordada a frase, em letras grandes e coloridas, no estilo dos anos 50: “Clube dos Mestres Ascensos”, como se fosse o patrocinador do time.

 

Os desenhos bordados mostravam pinos de boliche voando no ar e em letras pequenas abaixo dizia: "Cada tacada, um strike." Na frente, bordado sobre o coração estava escrito: “O Cara".

 

Depois que ele fez três jogos consecutivos de 300 pontos e eu fiz os meus jogos típicos de 100 pontos, ele comeu dois deluxe cheeseburgers com bacon e tomou seis cervejas Heineken, enquanto eu mordiscava minha salada e bebia um smoothie de frutas naturais. Em seguida, ele me convidou para um passeio. Foi um passeio que continua até hoje.

 

"Venha comigo", disse ele com um sorriso. No momento em que ele entrou naquele carro esportivo, conversível, vermelho e caro, o motor começou a ronronar com o que parecia ser 400 cavalos de potência sob o capô. Enquanto eu dava a volta até o lado do passageiro para entrar, ele fez sinal para a minivan Volkswagen, já mencionada, atrás de mim. "É sua", ele gritou: "É muito mais o seu estilo, pelo menos até você relaxar em sua (nossa) iluminação." Em seguida, ele pisou fundo no pedal do acelerador de seu carro esporte e me deixou em uma nuvem de pó de fada.

 

Ele não é o mestre que eu tinha imaginado lá atrás, nos primeiros dias do meu despertar espiritual. Eu estava à procura de um guru. Eu pensava que a espiritualidade era apenas sobre veneração, reverência e ritual. Eu olho para trás agora e rio ao pensar como eu tinha me tornado chato, quando na verdade a razão da iluminação encarnada é viver. Isso era exatamente o que o Mestre queria fazer e exatamente o oposto do que eu estava fazendo.  Eu costumava pensar que um grande anjo dourado iria me pegar e embalar em seu seio enquanto eu chorava sobre as dificuldades da vida. Em vez disso, eu tinha um Mestre vivo que não se apegava às questões do passado, mas vivia completamente no Presente. Eu tinha um Mestre que amava a vida de uma forma que eu nunca tinha visto antes e não tinha medo de viver, porque o Mestre sabia que não havia morte. Eu tinha um Mestre que não lavava os meus pés em benção sagrada, mas que me mostrava os dedos médios de ambas as mãos pela janela do seu maneiro carro esporte, enquanto eu estava tentando acompanhá-lo na minha velha minivan Volkswagen. Esse é o mestre que eu tenho - o Mestre da vida.

 

Desde então, eu tenho tentado acompanhar o seu insaciável desejo de viver. Eu costumava pensar que estava caindo "fora" deste planeta, perguntando a mim mesmo se eu deveria ficar ou sair. Agora eu percebo que o Mestre e eu estamos "muito dentro" da vida. É a melhor vida que eu poderia imaginar e o Mestre mais excêntrico e amoroso que eu poderia desejar. E a melhor coisa é que... tudo isso sou eu.

 

 

Tradução: Léa Amaral - email: lea_mga2007@yahoo.com.br


   
 

 

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